ALUNOS DA REDE ESTADUAL APOIAM OS EDUCADORES EM GREVE.
Durante Assembleia Regional realizada dia 10 de agosto, na Escola Normal, alguns alunos da Rede Estadual manifestaram apoio à luta dos educadores e educadoras. Elias e Sara disseram que os estudantes realizarão uma manifestação na próxima terça-feira, dia 16 de agosto, às 10 h, no centro de Juiz de Fora. Conforme Sara, "os alunos apoiam os educadores e queremos que o governador pare de falar mentiras na TV. Nós vivemos o dia a dia da escola e sabemos como é a realidade." Segundo Elias, "o Governador Anastasia devia ter vergonha de como trata a educação pública no Estado. Estamos prejudicados para realizar o ENEN, mas não é pela greve dos educadores e sim pelo descaso do governo. Ele (o governo) limita em nove o número de disciplinas para o terceiro ano do ensino médio. Algumas disciplinas que caem no ENEN, não são oferecidas aos alunos." Segundo Vitória Melo, diretora da Subsede Juiz de Fora do Sind-UTE, "a nossa greve cada vez mais recebe apoios da população. Estudantes, pais de alunos, trabalhadores e trabalhadoras da educação que não estavam em greve, diversas categorias também têm manifestado apoio à luta dos educadores e educadoras mineiros. Vamos mostrar a todo Governo Fora da Lei a nossa força e exigir o cumprimento da Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) e o respeito à educação pública."
Postado por Sind-UTE Subsede Juiz de Fora às 11:01
Diretoras do Sind-UTE entram em greve de fome
por Diário Popular
04/08/2011 00:00
As diretoras do Sind-UTE, Feliciana Saldanha e Cida Lima, decidiram entrar em greve de fome até que o impasse tenha solução
De acordo com Cida Lima, a ação é mais uma etapa na luta pelas reivindicações dos professores. "A intenção é chamar a atenção e sensibilizar o governo, para que leve a sério esta negociação", disse.
De acordo com Cida, a decisão foi tomada uma vez que, ao receber as contrapropostas da categoria, os representantes da Prefeitura afirmaram não mais precisar reunir-se com a equipe que estava negociando com o governo e que as decisões da administração seriam enviadas por escrito.
NOTA
A decisão foi informada em nota, na tarde de ontem. O documento fala que os representantes do Sind-UTE/MG, subsede de Ipatinga, estiveram reunidos novamente com os representantes do Governo Municipal, Comissão de Pais e representante da Câmara, para entregarem a avaliação feita pelos trabalhadores em educação acerca da contraproposta apresentada pela Prefeitura, em reunião realizada no dia 1º de agosto.
"Nesta avaliação, os trabalhadores reafirmaram a necessidade de integralização do Piso para a categoria, questão que foi desconsiderada na contraproposta da Prefeitura. Os trabalhadores também reivindicam a participação efetiva na comissão que está discutindo as alterações no Plano de Carreira do Magistério. Outro ponto fundamental é a manutenção dos direitos já consolidados", afirma Vasco Lagares, coordenador do Departamento de Políticas Sociais do Sind-UTE.
A greve dos professores continua por tempo indeterminado. Uma nova assembleia está marcada para a próxima sexta-feira (5), às 16h30. "Esperamos que a Prefeitura avalie o documento entregue na última rodada de negociação e atenda às reivindicações da categoria", concluiu Vasco Lagares.
Depois de uma campanha midiática em que o governador Antonio Anastasia sugeriu que os professores em greve estavam mentindo sobre os salários pagos a eles pelo governo de Minas Gerais, os profissionais de Educação do estado decidiram publicar os contracheques e encaminhar um kit-salário para os jornais e outros meios de comunicação do estado.
Conversei com Beatriz Silva Cerqueira, a Bia, do Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação em Minas Gerais, o SINDUTE. E, pelo que ela contou, existe um tremendo esqueleto no armário do atual senador e provável candidato ao Planalto, Aécio Neves, esqueleto agora administrado por Anastasia: o choque de gestão.
Mas, antes do esqueleto, a greve: a paralisação atinge, por decisão da Justiça, apenas 50% dos 380 mil trabalhadores em educação de Minas, em todas as regiões do estado. Ela foi deflagrada, como a greve de Santa Catarina (onde os professores acreditam ter obtido uma importante vitória política), para garantir a implementação do Piso Salarial do Magistério, que é federal e foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em abril deste ano (valor atual de R$ 1.187,00).
Hoje, em Minas, o professor que tem ensino médio ganha R$ 369,00 mensais de salário inicial; o professor com licenciatura plena, R$ 550,00.
Segundo Bia Cerqueira, este ano o governo Anastasia, a partir de uma lei estadual, decidiu aglutinar todas as parcelas que compõem o contracheque dos servidores em um subsídio, que os professores rejeitam considerar como piso salarial, mas sim o total da remuneração.
A adoção do subsídio, segundo Bia, provoca — entre outras coisas — o nivelamento da categoria entre os professores que tem 20 anos de carreira e os que estão começando agora. Uma situação parecida aconteceu em Santa Catarina.
A greve é por um piso salarial de R$ 1.597,00 para os professores de nível médio com jornada de 24 horas.
Bia Cerqueira diz que a política salarial de Minas Gerais em relação aos professores é de “controle” da remuneração, o que seria um dos princípios do “choque de gestão”, que começou a ser implantado pelo ex-governador Aécio Neves. “Você pode demorar 8 anos para começar a receber por uma pós-graduação que tenha feito, você pode demorar de 20 a 25 anos para receber por um mestrado”, ela exemplifica.
“O governo controla a remuneração [dos servidores] para que possa investir em outras áreas que dão retorno melhor para ele”, disse ela, provavelmente se referindo a retorno eleitoral.
Bia inicialmente não entendeu a minha piada: o choque de gestão, disse eu, teria sido de 220 volts, bem na veia do professorado!
Aliás, ela acredita que o tal choque fracassou redondamente. Três exemplos:
* Faltam 1,5 milhão de vagas no ensino básico em Minas Gerais;
* A média de escolaridade do mineiro é de 7,2 anos;
* No vale do Jequitinhonha, a média de escolaridade é de apenas 6,2 anos.
Além disso, o programa que é orgulho do atual governador, Antonio Anastasia, o Professor da Família, para dar apoio a alunos do ensino médio, é bastante precário.
* Por enquanto, atinge 9 dos 853 municípios de Minas Gerais, ou apenas 22 das 4 mil (eu disse quatro mil) escolas;
* Os professores contratados para implementar o programa, que visa dar aulas de reforço para alunos do ensino médio, têm formação de ensino médio, o que contraria a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que exige licenciatura plena.
“Os projetos não correspondem à realidade do estado de Minas Gerais”, diz ela.
Duas grandes dificuldades enfrentadas neste momento pelos grevistas: boicote ativo ou desprezo da mídia local e a postura do Poder Judiciário de Minas Gerais que, segundo a Bia, nunca decide em favor dos educadores.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/professores-de-minas-publicam-...
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