quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Greve Nacional para Março de 2012


Seleção Unificada



Acesso para consulta estará liberado na segunda-feira

Estudantes de todo o país interessados em ingressar no ensino superior público em 2012 poderão consultar, a partir de segunda-feira, 26, cursos e vagas disponíveis no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. As inscrições para o processo de 2012 serão abertas em 7 de janeiro próximo. O Sisu selecionará os candidatos por meio da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011.

No primeiro semestre do próximo ano, o sistema oferecerá 108.552 vagas - 30% a mais em relação ao mesmo período de 2011 - em 3.327 cursos. O número de instituições de ensino também aumentou, de 83 para 95, nos 26 estados - não serão oferecidas vagas em instituições do Distrito Federal.

As inscrições serão abertas à zero hora de 7 de janeiro e se estenderão até a meia-noite do dia 12 do mesmo mês. O estudante deve fazer duas opções de curso. Durante o período de inscrições, ele poderá mudar essas opções, com base na nota de corte (nota mínima). Cada mudança invalidará a opção anterior.

Diferente dos anos anteriores, quando o sistema ficava fora do ar de zero hora às 6 horas da manhã para atualização, em 2012 ele funcionará ininterruptamente. As notas de corte serão divulgadas de madrugada, diariamente.

O candidato aprovado na primeira opção de curso será automaticamente retirado do sistema. Caso não faça a matrícula na instituição para a qual foi selecionado, perderá a vaga. O que for selecionado para a segunda opção ou não atingir a nota mínima em nenhum dos dois cursos escolhidos pode permanecer no sistema e ser convocado nas chamadas seguintes.

Resultados - O resultado da primeira chamada será divulgado em 15 de janeiro. Os candidatos selecionados terão os dias 19 e 20 para fazer a matrícula. As instituições de ensino superior participantes do processo terão prazo de 19 a 23 do mesmo mês para registrar as matrículas no sistema.

A segunda chamada será divulgada em 26 de janeiro, com matrículas nos dias 30 e 31. Elas serão registradas pelas instituições de 30 de janeiro a 1º de fevereiro.

Os candidatos que não conseguirem vaga nas duas chamadas poderão ainda pedir inclusão, entre 26 de janeiro e 1º de fevereiro, na lista de espera, que será publicada em 4 de fevereiro. As vagas que se tornarem disponíveis para os candidatos na lista de espera serão divulgadas gradativamente pelas instituições. O prazo vai até 2 de março.

A consulta sobre cursos e instituições, a partir de segunda-feira, 26, deve ser feita na página do Sisu na internet. Mais informações pelo telefone 0800 616161, das 8 às 20 horas, de segunda a sexta-feira, e durante 24 horas diárias nos períodos de inscrição.

Enem - Já estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) os resultados do Enem de 2011. O resultado individual pode ser conferido pelo candidato na página do exame na internet. É necessário informar CPF e senha. Também é possível consultar o resultado com a apresentação do número de inscrição e senha. Caso não se recorde da senha, o estudante pode recuperá-la no próprio sistema, mediante informação de CPF. A senha será encaminhada por e-mail ou mensagem SMS.

Com base em informações da Polícia Federal do Ceará, o Inep decidiu cancelar as 14 questões do pré-teste de todos os estudantes do Colégio Christus, de Fortaleza, incluindo aqueles do cursinho pré-vestibular da instituição. Ao todo, 1.139 estudantes tiveram as questões anuladas. O Ministério da Educação e o Inep ainda aguardam as conclusões do inquérito policial para tomar medidas cabíveis nas instâncias administrativa e criminal.

(Site MEC 22.12.11 - Assessoria de Comunicação Social)

sábado, 17 de dezembro de 2011


Professores são educadores, não babás

Ron Clark e seus alunos: em defesa de mais cooperação entre pais e professores

Autor do 2º artigo mais compartilhado no Facebook em 2011, americano diz que pais desrespeitam regras de escolas, pondo em risco o futuro dos filhos

Nathalia Goulart

"Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade"
O segundo artigo mais compartilhado em 2011 por usuários americanos do Facebook foi escrito por um professor, Ron Clark (o primeiro trazia fotos da usina de Fukushima). Mais de 600.000 pessoas curtiram o texto na rede, escrito a pedido da rede de TV CNN e entitulado "O que os professores realmente querem dizer aos pais". O artigo descreve um cenário de guerra, travada entre pais e professores. Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos. "Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças", diz o professor, na entrevista concedida a VEJA.com e reproduzida a seguir. "Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas." Clark conhece sua profissão. Aos 39 anos, vinte deles dedicados à carreira, o americano já lecionou na zona rural da Carolina do Norte, nos subúrbios de Nova York e atualmente comanda uma escola modelo no estado da Geórgia que oferece treinamento a educadores. Graças à função, manteve, desde 2007, contato com cerca de 10.000 educadores de diversas partes do mundo, incluindo brasileiros.
Em seu artigo, o senhor fala de um ambiente escolar em que pais e professores não se entendem mais. O que tornou a situação insustentável, como o senhor descreve? A sociedade se transformou. Hoje, vemos pais muito jovens, temos adolescentes que se veem obrigados a criar uma criança sem ao menos estarem preparados para isso. São pessoas imaturas. Por outro lado, temos famílias abastadas, em que pais trabalham fora e são bem-sucedidos profissionalmente. Pela falta de tempo para lidar com os filhos, empurram toda a responsabilidade da educação para a escola, mas querem ditar as regras da instituição. Ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão autonomia a ela.
Que tipo de comportamento dos pais irrita os professores? Acho que o ponto principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa: dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não querem assumir suas responsabilidades.
Problemas com notas são bastante frequentes? Sim. Certa vez tive uma aluna que estava indo mal em matemática. A mãe dela justificou-se dizendo que, na escola em que a filha estudara antes, ela só tirava boas notas, sugerindo, assim, que o problema éramos nós, os novos professores. Infelizmente, essa ideia se instalou na nossa sociedade. Se a nota é boa, o mérito é do aluno; se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, os pais ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que muitos profissionais estão evitando dar nota baixa para não entrar em rota de colisão com os pais, que nos Estados Unidos chegam a levar advogados para intimidar a escola.
Os pais poupam os filhos de lidar com fracassos? Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças.
Que conselho o senhor dá aos professores? É possível evitar que os pais surtem diante de notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construída uma relação de confiança. Em vez de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, oriento que os professores conversem com os responsáveis também quando a criança vai bem. Na minha escola, procuro conhecer os pais de todos os meus alunos. Procuro encontrá-los com frequência e envio cartas a eles com boas notícias. Assim, quando tenho que dizer que a criança não está rendendo o esperado, eles me darão credibilidade e confiarão na minha avaliação.
É possível determinar quando termina a responsabilidade dos pais e começa a da escola? As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho. Um conselho que sempre dou aos pais é que nunca falem mal da instituição de ensino ou do professor na frente dos filhos. Se a criança ouve os próprios pais desmerecerem seus mestres, perde o respeito por eles. O contrário também é verdadeiro. Os professores precisam respeitar os pais, porque eles são parte fundamental na educação de uma criança.
Em algumas situações a discussão sobre responsabilidades da família e da escola surge com muita força. Em casos de bullying, por exemplo, pais e professores trocam acusações. Sobre quem recai a maior parte da responsabilidade nesses casos? A minha resposta novamente é que precisamos trabalhar em conjunto. Quando o bullying acontece na escola, é obrigação dos professores intervir imediatamente. Mas muitos não agem assim porque querem evitar conflitos com os pais. E isso é muito grave. O bullying está devastando nossas crianças. Precisamos combatê-lo. Para que os professores tenham liberdade para agir, precisam do apoio dos pais. Mas você sabe o que acontece? Muitas vezes, quando os pais são chamados na escola para serem alertados de que seu filho está praticando bullying contra um colega de classe, o que ouvimos é: "Mas qual o problema disso? Tenho certeza de que outros colegas também zombam do meu filho e ele não se sente mal por isso." Mais uma vez, vemos os pais se esquivando da responsabilidade.
A que o senhor atribui o sucesso do artigo que estourou no Facebook? Eu escrevi o que todos os professores tinham vontade de dizer aos pais, mas não podiam dizer, porque isso os enfureceria. O que eu fiz foi dar voz a milhões de profissionais. Fiquei sabendo que muitas escolas imprimiram o texto e enviaram uma cópia a cada família. Na internet, pessoas de outros países também compartilharam a minha mensagem.
O senhor criou uma escola modelo, a Ron Clark Academy. Como é a relação de seus professores com os pais? Procuramos estabelecer uma relação próxima. Como eu disse, estamos constantemente em contato com os pais, nos bons e nos maus momentos. Também promovemos encontros semanalmente, nos quais ofereço aos pais a oportunidade de assistir a uma aula na escola, destinada exclusivamente a eles, para que acompanhem o que está sendo ensinado a seus filhos. Ou seja, trabalhamos muito para conquistar uma relação harmônica. Não estou dizendo que é fácil lidar com os pais. Alguns deles podem ser bem malucos.
O senhor, na sua escola, recebe professores de diversas partes dos Estados Unidos e tambem de outros países, como o Brasil. Além dos problemas de relacionamento com os pais, do que mais professores de todo o mundo reclamam? As avaliações tiram o sono dos professores. Não sei exatamente como funciona no Brasil, mas nos Estados Unidos os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. E todo o processo educacional passa a girar em torno de algumas provas. Isso é massacrante, para os alunos e para os professores. Os professores precisam de mais diversão na sala de aula.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ATENÇÃO ALUNOS:
Favor comparecerem na escola na próxima semana, onde será divulgado o resultado final. Lembramos a todos que não será entregue o boletim do 4º bimestre.
O resultado do último bimestre estará colado no interior da escola, juntamente com o resultado final. 
Também serão divulgados o resultado da PROGRESSÃO PARCIAL (Dependência).

A sua presença ou dos responsáveis é de fundamental importância para a conclusão do processo final.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Tabela comparativa entre o subsídio e o piso na carreira

Consideremos, como primeiro exemplo, alguém que esteja ingressando na carreira em 2012 e que tenha curso superior.

No subsídio do desgoverno mineiro ele receberia R$ 1.320,00 em janeiro de 2012 (pagamento em fevereiro), e em abril (pagamento em maio), com o reajuste de 5%, ele passaria a receber R$ 1.386,00. E pronto. Assim será até abril ou outubro de 2013, caso, nesta data, haja um novo reajuste de no máximo 5%. O que não é garantido.

Agora vejamos a situação deste servidor novato com o piso corretamente aplicado na carreira:

Pelo valor proporcional do piso para a jornada de 24 horas para 2011, o vencimento básico, em 2011, deveria ser de R$ 1.060,00. Se o reajuste em janeiro de 2012 for de 16,69% (valor conservador, pois pode ser de até 22%), o vencimento básico vai para R$ 1.236,91. Com o pó de giz de 20%, este valor vai para R$ 1.484,29. Isso a partir de janeiro de 2012. Se morar na região metropolitana de BH e em outras regiões, ele terá direito a mais R$ 34,50 de auxílio transporte. Mas,em janeiro de 2013 haverá novo reajuste no piso, que dificilmente será menor que 10%. Portanto, em 2012, para quem está iniciando agora,a perda mensal será de cerca de R$ 100,00. E esta perda aumenta a cada ano, dado aos reajustes maiores do piso em relação ao subsídio do governo.

Vamos agora ao segundo exemplo.Um professor entre 6 e 9 anos de casa, com curso superior e na letra C, e apenas com o pó de giz. Esta deveria ser a minha situação e a de todos os que ingressaram no estado no concurso de 2005, se o governo de Minas publicasse a progressão da C a que temos direito desde fevereiro de 2011.

No subsídio, este profissional será posicionado como PEBIC e receberá, em janeiro de 2012 (pagamento em fevereiro), o valor total de R$ 1.386,83, se considerada a tabela publicada pelo governo. Com o reajuste de 5% previsto para abril (a ser pago em maio) de 2012, o valor total será de R$ 1.456,17. Reparem que aqui, pela consulta que fiz ao simulador oficial do governo, não há indicação de escalonamento. Mas, na lei aprovada pelos carneiros do governo, está previsto o escalonamento da diferença entre o valor do subsídio pago em janeiro de 2011 e o valor atual. Se isso acontecer, ficará assim: a diferença entre os 1.320,00 que ele recebia em janeiro de 2011 pela letra A e o valor atualizado na tabela na letra C seria parcelada (escalonada) em 4 vezes. Logo, ele teria um acréscimo de R$ 16,70 por ano, totalizando, assim, R$ 1.336,70. Em abril de 2012, com o reajuste de 5%, este professor receberia R$ 1.403,53. Este valor será mantido até abril ou outubro de 2013, com o acréscimo, nesta data, de mais R$ 16,70. Não se sabe ainda se haverá reajuste salarial em 2013, pela política confiscatória do estado. Portanto poderá receber, em janeiro de 2012,R$ 1.336,70 (se houver escalonamento) ou R$ 1.386,83. Aguardem o contracheque para conferir.

Já no piso salarial nacional, corretamente aplicado, este professor (PEB3C) teria direito a um piso (vencimento básico) de R$ 1.312,24 em janeiro de 2012. Com mais 20% de pó de giz, o valor sobe para R$ 1.574,70. Se tiver direito a auxílio transporte, vai para R$ 1.609,20. E em janeiro de 2013 teria direito a novo reajuste baseado no aumento do custo aluno ano, sempre superior à inflação. Se tiver direito a gratificação por pós-graduação, acresce mais 10% (ou 30% se for mestrado, ou 50% se for doutorado) sobre o vencimento básico - coisa que não existe no subsídio.

Portanto, a perda mensal deste professor pelo cargo de 24 horas, será de no mínimo R$ 120,00 - isto em 2012. Em um ano, isto representa uma perda total de R$ 1.600,00. Confisco que o estado está embolsando às nossas custas. Considere-se ainda que boa parte dos servidores recebem o 1/3 de férias no salário de janeiro. Logo, o reajuste de abril do subsídio não alcançará estes colegas - o que constitui mais uma perda.

Exemplo número 3. Professor entre 12 e 15 anos de estado, com curso superior, pó de giz, 6 biênios e dois quinquênios.

No subsídio, de acordo com a consulta feita no simulador do governo, este servidor será posicionado como PEBIC em 2012, como PEBIE em 2013 e PEBIF em 2014. Com base nestes dados do simulador do governo, e seguindo as tabelas oficiais do subsídio, em janeiro de 2012 este profissional receberá R$ 1.386,83. Com o reajuste de 5% em abril (a ser pago em maio), a remuneração total passará para R$ 1.456,17. Somente em 2013 este profissional subiria duas letras passando o salário total para R$ 1.529,88.

Já no piso aplicado corretamente na carreira, este professor PEB3F, 6 biênios e dois quinquênios e pó de giz, receberia de piso (vencimento básico), em janeiro de 2012, R$ 1.433,92. Somadas as gratificações indicadas, que totalizam 70%, o salário total deste professor seria de R$ 2.437,66 por um cargo de 24 horas. Portanto, uma diferença para menos em torno de R$ 1.000,00 por mês em relação aos valores do subsídio. Mais confisco no bolso dos educadores.

Exemplo número 4. Professor com 20 anos de estado, 4 quinquênios, 10 biênios, pó de giz, PEB4B no antigo sistema de vencimento básico.

No subsídio, este professor, de acordo com o simulador oficial do governo, receberá em janeiro de 2012, como PEBIIF, a soma de R$ 1.642,80. Com o reajuste de 5% em abril, ele passará para R$ 1.724,94 como salário total. Em 2013 ele passaria para PEBIIG e receberia R$ 1.768,07 por um cargo de 24 horas.

No piso pago corretamente no plano de carreira que nos foi roubado, o piso deste professor (PEB4B) passaria, emjaneiro de 2012, para R$ 1.554,31. Aplicadas as gratificações que totalizam 110%, o salário total deste professor em janeiro de 2012 seria de R$ 3.264,05. Portanto, uma perda mensal de R$ 1.539,11 em relação às tabelas do subsídio, que o governo anda dizendo que é mais vantajoso e transparente do que o antigo sistema.

Exemplo número 5. Professor com 25 anos de estado, 5 quinquênios, 10 biênios, pó de giz, PEB 4 D no antigo sistema de vencimento básico.

No subsídio, este professor, pelosimulador oficial do governo, seria reposicionado em janeiro de 2012 como PEBIIH, e com isso receberia como salário R$ 1.725,97. Em abril, com os 5% de reajuste, este professor receberia como salário total: R$ 1.812,27. Em 2013, passando para a letra I, ele receberá R$ 1.857,58. Será este o salário total após 25 anos de dedicação ao magistério, com especialização ou mestrado.

Já no piso corretamente aplicado à carreira, a realidade seria outra. Como PEB4D, seu piso (vencimento básico) em janeiro seria de R$ 1.648,96. Aplicadas as gratificações que totalizam 120%, o salário total deste professor iria para R$ 3.627,72pelo cargo de 24 horas. Perda mensal de R$ 1.815,45 por cargo! A perda representa praticamente o mesmo valor do salário que será pago em 2013.

Pelos exemplos acima já se pode perceber o tamanho do confiscoaplicado nos educadores pelo governo e seus 51 leitões. Trata-se de um assalto à luz do dia ao bolso dos educadores. Quero crer que um bom escritório de advogado, especializado em direito administrativo e constitucional, de posse destes dados detalhados, juntamente com a legislação em vigor (a Lei do Piso de 2008, a decisão do STF em 2011, as leis estaduais de 2004 e 2005 que criaram o Plano de Carreira e as tabelas salariais dos profissionais da Educação, a Lei do Subsídio criado em 2010, e a recente lei com as modificações que representaram o confisco total nos direitos e salários dos educadores, etc.)pode-se provar na Justiça que os nossos direitos foram agredidos. E que, portanto, devem ser reparados.A Lei do Piso é nacional, tem um fundo próprio de financiamento - o FUNDEB -, sendo que o estado poderá pedir aporte federal para complementar o que for necessário - desde que prove que não possui recursos pŕoprios para pagar o piso.

Portanto, a desculpa da falta de dinheiro em caixa não tem apoio legal.A outra desculpa, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também não tem base legal, já que os tribunais de contas dos estados têm afirmado categoricamente que a lei do piso não se choca com a LRF. A própria LRF tem a solução para o problema. Como se trata decumprimento de lei federal e de decisão judicial irrecorrível (ADI 4167 no STF), os estados podem ultrapassar os limites previstos na LRF. Claro que para isso terá, a posteriori, que fazer ajustes nas contas d oestado, cortando em outras áreas, coisa que o estado de Minas já deveria ter feito desde 2008, mas preferiu continuar com sua política de choque de gestão (confisco) pra cima dos educadores.

Portanto, não podemos perder a confiança de que venceremos essa questão na Justiça. Além damobilização popular que devemos manter, com o esclarecimento de como o estado está se comportando com os educadores de Minas.

sábado, 26 de novembro de 2011

PALHAÇADA



No dia 23 de novembro de 2011, assistimos a mais um capítulo do grande espetáculo “Circo Minas Gerais, onde você é o palhaço”. Pudemos ver mais uma vez a Assembléia Legislativa funcionando como uma “casa homologativa” dos projetos do governo. Cadê a comissão tripartite? Cadê o acordo assinado pelo governo de que aplicaria o piso na carreira? Cadê o Ministério Público para cobrar a correta aplicação da lei federal? O que adiantou a opção de mais de 150.000 servidores retornarem ao Vencimento Básico? Mais uma vez presenciamos atitudes de uma ditadura social velada na nossa “Sociedade Autocrática com Dinheiro”. Mas nós não somos apenas palhaços de circo; somos também os animais selvagens que devem ser adestrados e enjaulados; somos os equilibristas que, na corda bamba da educação, fazemos piruetas para não cair; somos mágicos de conseguirmos sustentar nossas famílias com salários que não pagam nem o terno que nossos dePUTAdos usam naquele palco. Trabalhamos em 2 ou 3 escolas para sermos alvos desviantes de bolas de papel, borrachas voadoras e, em alguns casos, de tiros e facas. E temos que ser malabaristas para aguentar 3 turnos de turmas desinteressadas e violentas. E é no contexto do grande circo de Minas Gerais, terra da liberdade inconfidente, que venho parabenizar a toda a comunidade escolar por esta derrota. Nossa união cidadã, responsabilidade social e perseverança na luta por direitos foram os responsáveis por esta derrota tão sofrida! Aplausos par nós!!! Perdemos a esperança? Não há mais nada a ser feito? Então vamos sentar nossas bundas na frente da televisão (que Deus a proteja!) para aplaudir o mestre de cerimônia, dono do circo, e vamos nos tornar robôs mecânicos programados para dizer apenas “sim senhor” e abaixar nossas cabeças vazias. Vamos passar da condição de atores do circo para meros expectadores dessa grande novela tragicômica, da qual somos (éramos) os protagonistas. Vamos aplaudir o espetáculo de uma Minas sem lei, terra do desgoverno, de um povo acostumado à escravidão do ouro, à obediência das igrejas e à inércia dos senhores. Vejo em ti, Minas, a sombra direita de uma ditadura disfarçada! Vejo tua população enganada, sorrindo sem saber por quê, desacreditada dos grandes ideais, mas pronta para fazer as compras de natal. Então compremos os últimos modelos de celulares, Ipod's, e todos os presentes que nos farão, enfim, felizes! Afinal, um estado com educação sucateada, camuflada por belas escolas cheias de livros e computadores é bem mais fácil de ser iludido e adestrado. Um professor empobrecido, cansado, desvalorizado, criminalizado e ameaçado não tem condições de educar para a cidadania efetiva e continuará passando os mesmos exercícios de formar robôs obedientes. Vamos esquecer que existe um piso nacional, garantido por uma lei federal, que não somos remunerados pelo nosso tempo fora de sala de aula, e que temos hoje nossa carreira extinta, juntamente com todas as conquistas adquiridas ao longo da história sindical. Vamos esquecer que teremos nossos salários congelados por mais 20 anos, sem possibilidade de incorporar novas conquistas de direitos no nosso contracheque. Afinal de contas, teremos nosso 13° no bolso para ir ao shopping comprar o último modelo do celular que nos fará pessoas melhores e mais felizes. De alma e mãos lavadas, eu, palhaço malabarista do Grande Circo Minas Gerais, entrego a luta nas mãos de Deus, mas ainda tento um último grito! Vamos acabar com essa palhaçada e realmente tomar as rédias da nossa história?!


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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

É preciso resistir e reagir a esta política de destruição da carreira dos educadores imposta pelo governo de Minas. O piso, em Minas, não existe. A categoria precisa ir à luta!


"Não pretendo fazer um extenso texto neste post de hoje. Quero ser sucinto, apenas para explicar algumas coisas elementares, tais como:

1) para escapar da lei do piso, o governo de Minas criou o subsídio, que tem a característica de remuneração total, justamente aquilo que foi negado pelo STF quando rejeitou aADI 4167, cujos autores - cinco desgovernadores - defendiam que o piso era remuneração total e não vencimento básico. A Lei do Piso diz o contrário, que o piso é salário inicial, excluídas as gratificações. Minas, com o subsídio, dá o pior exemplo para todo o país, ao mostrar que não precisa recorrer à Justiça: basta fazer uma lei estadual com a cara da ADI 4167 e pronto. Num só golpe dissolve-se o vencimento básico e também as gratificações. Logo, o valor do piso torna-se remuneração total. Aplicada a proporcionalidade do piso para a jornada de Minas - 24 horas -,praticamente se impõe o congelamento salarial, pois o valor da remuneração total - diferentemente do vencimento básico - será sempre maior do que o piso proporcional. Assim, o reajuste de 16,69% previsto para 2012 não se aplica ao subsídio de Minas Gerais; da mesma forma, os reajustes de 2013, 2014, 2015... Minas, com o subsídio, congelou o salário dos educadores;

2) a lei do subsídio imposta compulsoriamente para os educadores mineiros, abria inicialmente uma brecha para quem desejasse sair deste sistema e retornar para o antigo sistema, de vencimento básico. Como 153 mil educadores deixaram o subsídio, e com isso o governo teria que aplicar a lei do piso no antigo sistema, que com a lei do piso aplicada se torna mais vantajoso, o que fez o governo? De forma compulsória, após aplicar uma redução salarial no salário destes 153 mil educadores, mandou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa emregime de urgência para voltar compulsoriamente com todos estes 153 mil educadores para o regime de subsídio. Ou seja, mudou as regras do jogo confiscando direitos que estavam assegurados em lei. Com isto, o governo acaba com as gratificações, com o vencimento básico e submete todos a este sistema remuneratório que tem a marca do congelamento e do confisco salarial;

3) na prática, com este golpe, o governo de Minas está impondo o maior confisco salarial dos últimos tempos. Ele reduziu os índices de promoção e progressão nas carreiras dos educadores, respectivamente, de 22% para 10%, e de 3% para 2,5%; além disso, pretende escalonar o posicionamento do tempo de serviço(grau) em quatro parcelas - entre 2012 e 2015. Os melhores exemplos deste confisco foi dado pela própriasecretária do Seplag. Um deles: alguém que esteja ganhando em 2012 em torno de R$ 1.400,00 (a partir de abril de 2012, todos os iniciantes na carreira com até 9 anos de estado)chegarão em 2015 com o salário total próximo de R$ 1.450,00 - sendo que, se o piso fosse aplicado corretamente na carreira, já em 2012 se atingiria valor superior a este de 2015 no subsídio. Os outros exemplos, como demonstramos no post de ontem, são ainda piores: quanto mais tempo de estado, maiores as perdas;

4) em termos comparativos, o exemplo que demos ontem é bem esclarecedor. Em 2015 um professor com curso superior e com 30 anos de casa, portanto, no final de carreira, estará recebendo, por um cargo, cerca de R$ 2.100,00. Já um policial militar, em início de carreira e comformação em ensino médio, estará recebendo, em 2015, R$ 4.000,00 de salário inicial, sobre o qual incidirão outras vantagens. Isto não significa que os policiais estão recebendo bons salários, não; mereciam até mais pelos serviços que prestam (excetuando-se a repressão aos movimentos sociais). Isto mostra apenas como os educadores estão desvalorizados, tratados pelo governo de qualquer maneira, sem qualquer condição de sobrevivência digna;

5) deste cenário se conclui que o governo de Minas quer destruir as carreiras da Educação pública, e consequentemente, sucatear a Educação Pública, transformando-a numa instituição de cumprimento formal do que manda a constituição federal; mas, na prática, servindo aos interesses privados, que seguramente vão lucrar com o abandono das escolas públicas. Não duvidem que, daqui a pouco, o governo lance um programa tipo Pro-Uni para o ensino médio, pagando uma bolsa para os estudantes ingressarem em escolas particulares; além disso, tem sido comum a terceirização de mão de obra nesta área, com a contratação de profissionais com salários superiores aos servidores de carreira;

6) diante disso, ou nós reagimos enquanto profissionais de uma carreira, que está claramente ameaçada de extinção, ou será tarde demais quando resolvermos fazer alguma coisa. Está na hora de cada educador, em cada escola, seja ele efetivo, efetivado ou designado arregaçar as mangas e travar uma verdadeira batalha contra este governo que quer nos destruir, claramente;

7) esta batalha tem um importante capítulo hoje, 23, na ALMG, quando os deputados da base do governo estarão aprovando ou não o indecente projeto do governo. Mas, a nossa luta não termina ali. Temos um compromisso moral de detonar as candidaturas de todos os que apoiam este governo em 2012 e em 2015. Se não fizermos isso, é porque merecemos ser escravos dos carrascos que nos prejudicam. Temos ainda o compromisso moral e de sobrevivência profissional e pessoal de organizar a nossa luta daqui pra frente. Boicote sistêmico às avaliações sistêmicas. Esta tem que ser uma prática cotidiana do nosso desvalorizado trabalho; boicote a todos os cursos e coisas extras que o governo tentar realizar; ações na justiça, de forma bem fundamentada; reuniões quinzenais com os alunos e pais de alunos para discutir a realidade política e social de Minas, do Brasil e sobre as condições da Educação pública; manifestações públicas semanais ou quinzenais, em cada região de Minas e uma grande manifestação geral na Capital de Minas a cada mês; organização de uma campanha nacional de denúncia sobre a realidade da Educação em Minas Gerais e no Brasil; criação demeios alternativos de comunicação - rádios livres, TVs comunitárias, murais, etc, além das redes da Internet - paraquebrar o bloqueio da mídia corporativa, porcorativa;

8) em 2012, em 2013 e principalmente em 2014, temos a obrigação moral de realizarmos greves. Com melhor preparação, fundo de greve, período mais curto, porém com mais vigor e impacto. Não está descartada a possibilidade de uma campanha de impeachment do governador e do quarto senador pelo Rio de Janeiro; além de uma pressão pela intervenção federal. Mesmo sabendo da remota possibilidade de se realizar tais objetivos, não podemos desprezar o efeito político que tais campanhas adquirem.

9) enfim, Minas tem um governo inimigo da Educação pública e dos educadores. E isto deve ser a referência crítica para que a comunidade se posicione.

No mais, estejamos todos amanhã, e se necessário depois de amanhã, na ALMG para pressionar os deputados da base do governo, que terão a última chance de sobrevivência política após a votação do projeto do governo."
Euler Conrado

Fonte:
http://blogdoeulerconrado.blogspot.com

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O dia 22 de novembro

A greve de 112 dias deveria ter conquistado o imediato cumprimento da Lei Federal 11.738/08, para pagamento no mês seguinte. Estamos diante de uma lei federal declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal mas diante de um Governo de Estado que insiste em não cumprir a lei.
Conquistamos um processo de negociação em que suas bases foram previamente estabelecidas. Um processo de negociação mediado pela Assembleia Legislativa. Mas o governo optou por não cumprir o compromisso que assumiu e gastou milhões de reais com uma intensa campanha publicitária contra o sindicato e a categoria.
A recente movimentação do Governo, cancelamento de reunião e agendamento de reunião exclusivamente com os deputados estaduais, revela que ele pretende aguardar a nossa assembleia estadual para apresentar alguma outra proposta. Revela também uma tentativa de estabelecer uma negociação com os deputados estaduais sem a participação do sindicato.
O questionamento dos objetivos das avaliações sistêmicas estaduais e a sua aplicação mexeu estruturalmente com o Governo. É a única política que ele tem na educação: medir, estabelecer politicas meritocráticas. Sem esta política, o que vai sobrar do choque de gestão? As estratégias relacionas a isso precisam ser discutidas por cada grupo, não haverá uma orientação uniforme, mas sabemos qual o nosso objetivo.
Neste momento, 153 mil profissionais da educação optaram pelo vencimento basico para receberem o Piso Salarial Profissional Nacional que o governo mineiro insiste em não pagar, 270 mil profissionais da educação aguardam o pagamento do prêmio por produtividade, inúmeros colegas não conseguem atendimento médico através do Ipsemg. Onde estão todas estas pessoas?
Espero que estejam paralisadas no dia 22 de novembro.
Esta assembleia precisa ter muita mobilização.
Faça a sua parte.


Fonte: blogdabeatrizcerqueira

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os bebês artesanais perfeitos feitos de pão

CAMILLE 216x300 Os bebês artesanais perfeitos feitos de pão
artista plástica norte-americana Camille Allen que faz essas miniesculturas


O pão tem um significado histórico de grande importância para os católicos. Para a artesã Camille Allen o pão ainda representa arte.

A artista faz bebês, com ou sem roupinha de criança, feitos em massa de pão.

Ela faz esse trabalho lindíssimo com argila e alguns tipos de resina, precisamente com um material chamado polymer clay (argila polímera, em português).

Muitas horas de paciente concentração são necessárias para esculpir bebês tão realísticos e terminar com detalhes, incluindo rugas e unhas.

Toda a ingenuidade e beleza dos bebês recém nascidos são expressas na arte de Camille.

 miniesculturas pao capa Os bebês artesanais perfeitos feitos de pão

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ENEM

Artes, Português e Literatura foram as disciplinas apresentadas no último Plantão Enem


 Neste sábado (01-10) foi ao ar, pela tela da rede Minas, o terceiro ‘Plantão Enem’. O programa que traz dicas que vão auxiliar os estudantes do ensino médio na realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) abordará neste sábado as disciplinas de Português, Arte e Literatura.  O ‘Plantão Enem’ já faz parte da rotina de estudo dos alunos do terceiro ano do ensino médio. Desde o dia 17 de setembro, data em que o primeiro programa foi exibido, já foram registrados acessos de 200 cidades mineiras.  O ‘Plantão Enem’ é transmitido entre 10 e 11 horas para todo o Estado.
Na disciplina de Português, o terceiro programa trouxe para os estudantes uma discussão a respeito de variedades lingüísticas. Em Artes, apresentou as correntes estéticas da Arte com estilos próprios e características peculiares. Pintura rupestre, renascentista, Cubismo e outros movimentos artísticos foram assuntos tratados. Já no bloco dedicado à Literatura, os estudantes  aprenderam um pouco mais sobre Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Modernismo, Literatura Contemporânea, entre outros gêneros que representam o retrato da época em que foram concebidos.
Os estudantes podem participar, ao vivo do programa, por telefone e por e-mail, apresentando dúvidas e fazendo comentários. Os contatos podem ser feitos pelo endereço de e-mail: plantaoenem@redeminas.mg.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo telefone (31) 3209-0089. O bom da inciativa é que ela permite a participação de todos os alunos do terceiro ano, independentemente da rede de ensino, pública ou privada. As redes sociais, como Facebook (Plantão Enem) e  twitter (@plantãoenem) também podem ser utilizadas para o envio de perguntas.
Reforço virtual
Todos os conteúdos estão disponíveis no site do Plantão Enem (www.redeminas.tv/plantaoenem) e também pelo sítio institucional da Secretaria de Educação (https://www.educacao.mg.gov.br/undefined). A ideia é disponibilizar os conteúdos no maior número de canais para facilitar o acesso dos estudantes.
A Secretaria de Estado de Educação (SEE) também disponibiliza outro conteúdo que complementa a preparação para o Enem. Em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectes), a SEE oferece um curso de reforço para o exame que é transmitido por 79 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), mantidos pela Sectes, em várias regiões do Estado.
Além disso, a Educação comprou o direito de transmitir essas aulas diretamente para 1.700 escolas de ensino médio. Para tanto, as escolas devem utilizar uma senha, que já receberam, e acessar o conteúdo. O conteúdo é elaborado pela ONG Paulista Instituto Henfil.Entre os estudantes que estão utilizando os conteúdos do instituto Henfil está a aluna do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Antero Magalhães de Aguiar, no município de Santa Rosa da Serra, Graziely Ferreira Queiroz, de 17 anos. “Eu acesso o site todos os dias e assisto a todas as aulas. É um complemento muito bom. Hoje, por exemplo, estava assistindo um vídeo sobre redação”, ressalta.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A greve foi suspensa após negociações





Está sendo uma das maiores lutas da categoria, estamos aprendendo a reivindicar nossos direitos.

Mostramos á população a verdadeira face deste governo COVARDE, NAZISTA E INJUSTO.

Aprendemos como é duro lutar contra os poderosos e seus sistemas.

Ficamos decepcionados com a JUSTIÇA DOS HOMENS.

Vimos a covardia de muitos colegas.

Nunca mais seremos os mesmos.

Os nossos corações guardam o peso das injustiças e o sabor de mel dos VERDADEIRAS(OS) COMPANHEIRAS(OS) que lutam pelo bem coletivo de toda a categoria.

Agradecemos a Deus por tudo.

Agradecemos à Beatriz, ao Euler, a todos do NDG, a todos(as) companheiros(as) de batalhas.

Nossas vidas passaram a ter mais sentido.

Obrigado colegas...VALEU A PENA!"

... E O SOL NASCE NOVAMENTE;
... E ALUTA CONTINUA;
... ASSIM É A VIDA.

FIRMES NA LUTA, COMPANHEIRAS(OS).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Blog do Euler capta novo diálogo entre figurões da República




Mais uma das brilhantes charges do conceituado cartunista Latuff. Enviado pela combativa colega Renata.
***
Enquanto isso, em outro país...

Blog do Euler capta novo diálogo entre figurões da República


- Trrrrimmmmm!!
- Alô
- Alô padrinho, sua benção!
- Deus te abençoe, meu afilhado!
- Onde você está, padrinho, estou precisando de você.
- Estou aqui numa das ilhas das Bahamas...
- Ilha de quê? De Bramas? Isto seria um bar, padrinho?
- Não, afilhado, das Bahamas... Vim conferir pessoalmente o volume depositado para o caixa da nossa campanha em 2014.
- Por falar em caixa para campanha, padrinho, estou preocupadíssimo com o piso dos educadores...
- Piso dos educadores? O que é isso?
- Já lhe falei da outra vez, padrinho. É aquele salário que os educadores agora cismaram que têm direito e ficam batendo na tecla que uma tal lei federal lhes assegura este direito.
- Lei Federal? Que conversa esquisita é essa, afilhado? No nosso estado somos nós que ditamos as leis, já esqueceu?
- Pois é, padrinho, até ontem era assim, mas agora o caldo tá esquentando. Por toda parte tem educador e uns apoiadores deles infernizando a nossa vida. Já não posso nem mais andar pelo extenso território que nós governamos.
- Mas num pode ser, afilhado. E a nossa tropa de choque, não tá pagando um salário bom pra eles te servirem?
- Claro que estou, padrinho, já prometi até um aumento de 100% até a Copa do Mundo, mas os educodores que estão em greve não estão com medo de polícia, não.
- Então convoca o meu procurador e manda ele decretar a ilegalidade desta greve!
- Já fiz isso, padrinho, e ele obedeceu direitinho. Pediu e foi atendido por um dos nossos desembargadores.
- E Então?
- E então que os subversivos dos educadores em greve, uma turma de um tal núcleo duro e outros mais, não obedecem a determinação do nosso desembargador.
- Mas isso não pode ser. E a nossa imprensa? Tá pagando direitinho a nossa turma?
- A nossa imprensa tá cumprindo o papel que nós determinamos. Mas, agora até uma parte da imprensa começa a noticiar as coisas. Acredita, padrinho, que uma emissora de TV transmitiu quase meia hora de protestos dos professores na nossa Casa homologativa?
- Não pode ser, desse jeito você quer acabar com a minha candidatura. Não deixa isso espalhar para o país não, senão estou perdido.
- Pois, é padrinho, até no Senado tem um colega seu falando sobre a realidade do nosso estado. E falando mal, dizendo que a Copa do Mundo, para nós, é mais importante do que a Educação e os educadores.
- E é mesmo!
- Eu sei que é, padrinho, mas não podemos dizer isso publicamente, senão não ganhamos nem mais uma eleição.
- Claro, claro, mas, afilhado, nossos métodos de pressão para esvaziar as greves dos educadores não estão funcionando? Por que?
- Não estão funcionando não, padrinho. Tem uma minoria de professores que fica com medo e retorna, mas, da maioria que entrou em greve ninguém mais quer voltar para a escola. E agora com essa tal de Internet, ninguém aguenta mais! Acredita que já criaram até um lema: "sem o piso, não pisamos na escola"? Já estão falando até em impeachment! E o pior é que essa greve já se arrasta por 108 dias, padrinho!!
- O quê, 108 dias? Mas como pode uma coisa dessas? Como eu não fiquei sabendo disso antes?
- É que o senhor viaja muito, padrinho, e não tem tempo para visitar sua terrinha boa, ordeira...
- Ordeira, afilhado? Com 108 dias de greve, uma TV falando mal do nosso governo e você proibido de visitar qualquer parte do nosso território? Que ordem é essa?
- Pois é padrinho, por isso estou te ligando, para pedir autorização para negociar e pagar o piso.
- Pois faça logo isso. E por que você demorou tanto a tomar esta decisão? Você costumava ser mais rápido antigamente.
- Sabe por quê, padrinho? É porque o piso vai custar R$ 2 bilhões ou mais. E isso vai atingir os nossos investimentos, entendeu, as obras, as obras, os empreiteiros, os nossos amigos, entendeu?
- Ahhhhhh, entendi! Então não pode não. Meus amigos empreiteiros, banqueiros, os donos da mídia, os deputados, os desembargadores, meu procurador, meus jornalistas, esta turma não pode ser atingida não. Separa direitinho a parte dessa turma e com o que sobrar aí sim, você pode pagar o piso.
- Mas, aí não sobra pra pagar o piso, padrinho. O máximo que eu consegui foi encaixar um subsídio pra essa turma, que já tá bom demais da conta pra quem é, mas eles não querem aceitar. Eu coloquei duas secretárias e uma subsecretária para ficarem o dia todo na imprensa falando bem do subsídio e mal do piso, mas não adiantou. Parece que a coisa até piorou. Aí eu mandei preparar uma peça publicitária, ao som de uma voz meio doce e derretida, com fundo musical e tudo mais, para sensibilizar o povão, mas nem assim adiantou. Não sei mais o que eu posso fazer, padrinho.
- Faça o que tiver de fazer, mas não toca no quinhão reservado para minha campanha e para os meus amigos. Isso é intocável. Inventa qualquer desculpa: Lei de Responsabilidade Fiscal, falta de dinheiro em caixa, ameaça de não pagar o 14º, diz que vai haver atraso no pagamento dos servidores, que o 13º será parcelado, enfim, você é bom nisso!
- Já fizemos isso tudo, padrinho, isso está no nosso manual, que cumprimos rigorosamente, lembra?, cada parágrafo. Já colocamos cara feia na TV, já ameaçamos de demissão, já cortamos salários, já reduzimos remuneração, já usamos a mídia, já conseguimos que o nosso procurador e um dos nossos desembargadores decretassem a ilegalidade da greve, enfim, já fizemos de tudo, padrinho. Mas, não está funcionando.
- Mais que gentinha mais chata, essa turma da Educação pública, hein afilhado? Desse jeito vamos acabar privatizando toda a Educação.
- Pois é, já teve até um dos nossos jornalistas propondo isso. Mas, a lei não deixa, né padrinho? A gente faz isso de forma indireta, com terceirização e outras formas de transferência para o eficiente setor privado, mas não dá pra privatizar tudo. É uma pena, pois meu sonho era este.
- Eu sei, afilhado, o meu também. Eu sempre achei as coisas privadas mais eficientes. Não vê quando eu caí do cavalo? Fui logo atendido numa clínica privada, com especialistas capazes e com toda rapidez e eficiência. Já imaginou se eu dependesse do SUS ou do Ipsemg? Eu estava com as costelas quebradas até hoje!
- Eu penso a mesma coisa, padrinho. E agora com estes baderneiros desses educadores que querem receber mais, só para dar umas aulinhas para um monte de pirralho das periferias... Que povinho esse, que gente que não sabe se colocar no seu devido lugar...
- Mas, que assunto mais desagradável este, hein afilhado. Ainda bem que eu tenho uma viagem marcada para Paris, onde vou encontrar com meus amigos nas baladas das boates, e depois vou para Nova York, e finalmente vou para Ipanema, onde as casas noturnas me aguardam. Não quero nem ouvir falar nesse assunto chato.
- Cuidado para não dirigir, padrinho...
- E precisa me lembrar? Preocupa não que eu agora ando com um motorista particular 24 horas por dia.
- E eu aqui estou andando com uma tropa de choque 24 horas por dia. A coisa aqui tá feia, padrinho. Volta logo pra me ajudar a resolver este problema.
- Eu não! Eu quero é distância desta confusão. Minha preocupação agora tá num outro plano, bem mais alto. Quando você resolver tudo, aí você me avisa porque não estou com cabeça para este tipo de problema tão vulgar e pequeno.
- Pode deixar, padrinho. Neste final de semana eu e minhas secretárias vamos nos reunir para pensar o que fazer para acabar logo com esta greve maldita. E temos que ser rápidos porque as mobilizações populares estão aumentando. Agora já estão até criando colunas saindo de várias partes da Capital para se encontrarem na nossa assembleia homologativa.
- Colunas, afilhado? Isso me lembra uma tal Coluna Prestes, que meu finado avô me contou certa vez que aquilo era coisa de comunista. Dá logo um jeito de resolver esse problema, pois daqui a pouco as atenções vão se voltar para o nosso território e isso não é bom para minha imagem. Pra sua imagem não tem problema não, mas pra minha tem. Se eu cair, cai todo mundo.
- Eu sei, padrinho, eu sei, e pode deixar, padrinho, que nós vamos resolver tudo aqui. Mas, padrinho, você poderia fazer um discurso lá no senado nos defendendo...
- TUM! TUM! TUM! TUM!

Neste instante, ao que tudo indica, a linha caiu; ou teria sido desligada pelo padrinho, quando o afilhado pediu que ele o defedendesse no Congresso? Pelo visto, o padrinho do afilhado, que não é bobo é nada, não quer nem ouvir falar dos problemas de um certo território cercado por montanhas. E enquanto isso, o chão do território treme...
Euler Conrado

CHARGE - GREVE

EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ALERTA GERAL NA REDE RECORD

Um dia de luta em muitas frentes: acorrentados, greve de fome, vigília, recursos na Justiça, batalhas na Internet e na mídia



Reportagem da TV Record que merece ser vista. Tomara que o exemplo desta emissora seja o prenúncio de uma mudança. Minas não aguenta mais a censura imposta pela mídia vendida.




Eis a segunda parte da reportagem.



Mais uma parte da reportagem.


#Charge para os professores de MG: Minas avança...CONTRA a Educação!

Um dia de luta em muitas frentes: acorrentados, greve de fome, vigília, recursos na Justiça, batalhas na Internet e na mídia. Nossa luta prossegue, até a vitória!

Os valentes colegas Marilda e Abdon, em greve de fome desde o dia 19.

Diretamente do Chile, a professora Sabrina declara o seu apoio à nossa luta.


Na assembleia da categoria do dia 20, a combativa caravana de Cambuí: presente!







As fotos acima registram alguns momentos da batalha de hoje na ALMG (Fotos: Petrus Assis, membro efetivo do NDG)




Vídeo mostra a truculência do Governo de Minas contra os educadores na Praça da Repressão, antiga Praça da Liberdade.

No dia em que a heroica greve dos educadores mineiros completou 106 dias podemos dizer: estamos vivos e resistindo! Foi um dia inteiro de muitas batalhas, inclusive com importantes vitórias. Quero trazer aqui um pequeno relato destes momentos, aos quais acompanhei aqui do bunker, com o coração na mão e os dedos colados ao teclado, enquanto buscava as novidades por telefone, pela Internet ou através dos noticiários da rádio ou TV.

Logo nas primeiras horas da manhã recebo o telefonema do comandante João Martinho, um dos muitos heróis da nossa maravilhosa greve, dando conta da ocupação que dezenas de valentes educadores e educadoras realizavam em frente às entradas e garagens da ALMG. O batalhão de choque da PM do governo fora logo acionado. Em Minas é assim: problema social, tal como na República Velha, é tratado como caso de polícia.

Mas, o nosso pequeno exército já deu mostras de que não teme a força bruta. Manteve-se firme, cravado na posição que conquistara. A rua é pública, assim como a praça, embora este governo pense em apropriar-se de todos os espaços, além do nosso piso confiscado.

Logo em seguida quem me liga é um pai de aluno, Paulo Roberto, acompanhado por sua filha, que dá um exemplo de cidadania para todos os demais pais de alunos. Ele me disse:

- Euler, estou aqui sentado entre a tropa de choque e os manifestantes. Eles podem fazer o que quiserem, mas daqui eu não saio. Já disse para o comandante do batalhão que o governo é responsável por minha filha estar há mais de 100 dias sem aulas, que é um direito constitucional que está sendo negado pelo estado de Minas Gerais.

Que aula pública estamos assistindo nestes maravilhosos, embora sofridos dias de greve!

Em seguida, o deputado Rogério Correia conseguiu agendar uma negociação diretamente com o presidente da ALMG, Dinis Pinheiro, que de fato mais tarde recebeu uma comissão dos educadores em greve. Enquanto isso, os dois combativos colegas de luta, Marilda e Abdon, permaneciam (permanecem) em greve de fome na sala de entrada do Legislativo Mineiro, a mostrar para o mundo o quanto os educadores estão levando a sério a luta por direitos constitucionais negados pelo governo de Minas.

Enquanto poderes constituídos expõem publicamente a sua verdadeira face de servilismo e convivência com o governo imperial e neoliberal instalado em Minas Gerais, os educadores e demais apoiadores são obrigados a arrancarem os espaços e as conquistas na luta.

A mídia escrita estampara na capa dos jornais e nos portais mais uma ameaça do governo: os designados que não retornarem serão demitidos. Ameaças, chantagens, terrorismo psicológico. Mas, logo soubemos que em telegrama enviado diretamente para os diretores de escola, a SEE-MG orientava-os a colocarem falta-greve para todos, inclusive para os designados. O que significa dizer que o governo muito provavelmente não fará demissões, pois além do peso político negativo, marcando o governo com a mancha da perseguição mais retrógrada, ainda teria o governo que responder por ações na justiça por quebra da legalidade ditada pela Lei de Greve.

Mas, o dia ainda nos reservaria novos capítulos. Os valentes educadores deixaram a garagem, mas juntaram-se ao pai de aluno e sua filha que resolveram se acorrentar na entrada da ALMG. Enquanto isso, nas galerias, dezenas de valorosos e valorosas educadoras impediam a realização de uma sessão legislativa. Ficou assim assegurado que esta semana, pelo menos, o famigerado projeto de lei do governo, que descumpre a Lei do Piso, não será colocado em votação.

É bom recordar aqui também que na noite de ontem ficamos sabendo de outra boa notícia: o piso salarial nacional já tem um índice de reajuste para janeiro de 2012, que é de 16,66%. Ou seja, enquanto o governo de Minas oferece apenas 5% de reajuste para abril de 2012 para quem ficar no subsídio, a Lei do Piso garantirá reajuste de 16,66% em janeiro de 2012. Com isso, o piso do MEC deve passar para R$ 1.385,00. O valor proporcional do piso para quem tem curso superior (a grande maioria dos educadores mineiros) vai para R$ 1.237,00, sobre cujo valor devem incidir as gratificações, além das progressões na carreira.

Hoje também foi o dia em que assistimos a uma das emissoras - a TV Record Minas - praticar jornalismo, que mereça este nome. Assistimos a uma reportagem digna, quando os professores que estão de vigília na ALMG tiveram espaço para explicar o drama vivido pelos educadores, vítimas de muitas mentiras por parte do governo, de muitas humilhações, que tem sensibilizado cada vez maior número de pessoas, de Minas e do Brasil, e até de outros países. Foi nessa mesma reportagem que apareceu também um assessor direto do líder do governo naquela Casa pronunciando ao pé do ouvido de uma educadora:

- Se eu ganhasse R$ 712,00 eu seria servente de pedreiro".

Já imaginaram o simbolismo que tem essas palavras ditas por um assessor direto de um deputado que priva da cozinha do governador?

Primeiramente, o preconceito em relação a um profissional, que é o servente de pedreiro, digno, que merece todo o nosso respeito, como todos os outros profissionais. E claro que o tal assessor, talvez refletindo o que pensa o seu chefe, tenha deixado escapar exatamente isso: que para ganhar tão mal, ao invés de ser um professor, alguém que estudou muito, melhor seria trabalhar como um servente de pedreiro. É preconceito, pois o servente de pedreiro não pode estudar - ou não quis, ou não teve oportunidade -, mas é um trabalhador, um ser humano, mais útil do que talvez uma dúzia de deputados ou desembargadores ou procuradores da Justiça, a depender, obviamente, da estatura moral e do desempenho destes.

Além disso, fica evidenciado o quanto o governo e seus agentes zombam do papel atribuído aos educadores, aos quais reservam cinicamente agradecimentos publicitários em palavras ocas, enquanto oferecem, na prática, a ruína do nosso plano de carreira e a sonegação do piso a que temos direito.

Tal conduta do governo faz crescer a revolta por toda parte. Na hora do almoço, por exemplo, a nossa combativa amiga Cristina nos diz que a deputada federal Jô Moraes pedira um relato do que acontecia para que pudesse discursar no plenário do Congresso Nacional. O mérito, aqui, é menos da deputada, que tinha obrigação de estar a par de cada momento do que acontece com os educadores em Minas, do que da nossa amiga Cristina, que vem divulgando a nossa luta por toda parte, de forma incansável. Tomara que a deputada tenha de fato realizado tal pronunciamento. Pois, das hostes da representação oficial de Minas temos tido poucas vozes a nos defender. A começar pelo péssimo exemplo dos três senadores por Minas Gerais, entre os quais o padrinho do atual governador, que se faz de mudo e tem se omitido vergonhosamente, nos últimos 106 dias da nossa greve.

Ora, a pergunta que não quer calar é: a quem essas pessoas, que aparecem na mídia comprada como anjos, representam de fato? Seguramente eles não representam os 400 mil educadores, que estão sendo duramente castigados por um governo que coloca duas secretárias, com caras fechadas, a falar dos educadores como se na escravidão ainda estivéssemos. Eles não representam também aos 2,3 milhões de alunos da rede estadual e seus pais, que estão assistindo à destruição da Educação pública de qualidade, e com isso, a própria sonegação de um direito constitucional.

Um pouco mais tarde recebo um e-mail de uma professora de História, Sabrina Aquino, natural de Ipatinga, e que mora atualmente no Chile. (Ah, como eu me lembro de bravos chilenos, ainda na ditadura de Pinochet, a gritarem corajosamente: "Chi,Chi, Chi, le, le, le! Viva Chile libre!"). Ela tomou conhecimento da nossa luta através das redes sociais na Internet, inclusive através deste blog. No seu e-mail, ela narrou um pouco a também heroica e importante luta dos estudantes e de todo o povo chileno em defesa da Educação, enquanto causa nacional que se transformara. E sugeriu, entre outras coisas, que recolhêssemos o testemunho, ou a declaração pública de apoio de pessoas, as mais diversas, à nossa luta. Ela própria declarou o seu apoio, como consta da foto que publicamos acima.

Como se percebe, além do leque de apoio que cresce a cada dia em Minas Gerais, reunindo os sem-terra, os sem-teto, os eletricitários, o pessoal dos correios, da Saúde, do Sindifisco; as lideranças políticas e religiosas, enfim, além deste apoio interno, a nossa luta começa a ganhar o apoio fora das fronteiras de Minas e até em outros países. E isso porque a nossa causa - pela Educação pública de qualidade e pela valorização dos educadores - não é uma causa corporativa, presa a um interesse menor de um ou outro profissional. É muito maior. E a esta luta somam-se todas as outras lutas sociais que acontecem em Minas Gerais.

Eu disse uma vez aqui no blog, quando ainda a nossa greve tinha um pouco mais de um mês, e imaginávamos que não demoraria muito, que a luta pelo piso ganhara uma outra dimensão, materializando todos os mais legítimos e nobres sentimentos libertários que estavam presos na garganta do povo mineiro dos de baixo.

E o que estamos assistindo hoje é isso: um crescente apoio da população, apesar de toda a milionária campanha publicitária do governo, com a ajuda da máquina de estado que ele controla - legislativo, judiciário, Ministério Público -, a demonstrar que com a força dos de baixo não se pode brincar.

Se houver ainda alguma voz um pouco mais lúcida com alguma influência junto ao governo, ele retomará as negociações para pagar o piso, devolvendo aos educadores tudo o que lhes fora roubado nestes dias. A única coisa que o governo não conseguiu arrancar nestes 106 ou 107 dias de greve foi a nossa dignidade, pelo menos a nossa, dos que estamos em greve, lutando corajosamente pelos nossos interesses de classe e direitos assegurados em lei federal.

Por isso, bravos e bravas colegas, vai aqui, mais uma vez, os meus parabéns aos milhares de educadores que resistem heroicamente em todas as partes de Minas Gerais. Vamos continuar construindo essa corrente do bem, a romper as correntes do mal impostas pelo governo. Vamos continuar construindo, na prática, e de forma horizontal, os NDGs (Núcleos Duro da Greve), ampliando a nossa greve, realizando campanhas nas escolas, nas ruas, nas praças, trazendo novos apoios à nossa causa, que é uma luta para o bem de todo o povo mineiro e brasileiro, especialmente aos de baixo.

Amanhã, a luta continua, já nos preparando para a nova assembleia, a realizar-se na terça-feira, quando novamente o chão de Minas vai tremer, tremer, tremer, podendo, numa dessas, derrubar o governo e sua máquina de moer seres humanos, que insistem em contrariar as leis vigentes e sonegar os direitos dos educadores.

Um forte abraço a todos e força na luta, até a nossa vitória!



P.S. Quero parabenizar também aos bravos guerreiros e guerreiras, de todas as regiões de Minas Gerais, que nos visitam e deixam o seu testemunho de luta, que constitui verdadeira obra literária em favor da cidadania, daquela que não se ensina apenas em teoria, mas também com a força do exemplo.
***
106 dias de greve dos professores de Minas Gerais
Greve de fome X tropa de choque.
Frei Gilvander Moreira[1]

Dia 21/09/2011, um dia após cerca de 9 mil professoras/res da Rede Estadual de Educação do estado de Minas Gerais, na 14ª Assembleia Geral, aprovarem com grande entusiasmo a continuidade da greve até a vitória, greve que já dura 106 dias, professores fazem greve de fome, enquanto o governador Anastasia manda a tropa de choque para tentar intimidar.

Em Vigília desde ontem na Assembleia Legislativa de Minas – ALMG -, centenas de professoras/res acompanham a greve de fome da professora Marilda e do técnico em educação Abdon, hoje, já no 3º dia. Logo ao raiar do dia a tensão começou, pois os professores fecharam todas as entradas que dava acesso ao prédio da ALMG, inclusive a entrada do estacionamento privativo para deputados. A tropa de choque chegou cuspindo fogo. Ameaçou agredir os grevistas que acabaram abrindo as entradas da ALMG. Mas dezenas de policiais montados em grandes cavalos – cavalaria -, policiais com cães, dezenas de viaturas com dezenas de policiais da tropa de choque e de outros batalhões estiveram o dia inteiro de olho nos professores. Quem passava perguntava: “Os professores são tão perigosos assim? Precisam ser vigiados pela tropa de choque?” Uma professora advertiu: “Só da nossa escola – Escola Maria Amélia Guimarães -, em 2010, nove estudantes foram assassinados. Quando na escola precisamos de polícia, ligamos para o 190, mas dificilmente aparece algum policial para nos proteger.” Um tenente que pediu para não ser identificado lamentou: “Nas escolas quando somos chamados, na maioria das vezes não nos mandam ir, mas aqui, onde os professores estão lutando pelos seus direitos – causa justa – somos mandados para insuflar o terror.”
À truculência e intransigência do Governador Antonio Anastasia (PSDB + DEM), os professores estão respondendo com luta aguerrida e, inclusive, com greve de fome, arma espiritual que derruba até dragão.

Há três dias Marilda e Abdon estão em greve de fome. Marilda de Abreu Araújo, 59 anos, de Divinópolis, MG, é professora há 32 anos. Ela se preparou uma semana para fazer greve de fome. Ela disse: “Iniciei a greve de fome, porque estamos em greve há 106 dias e, infelizmente, o governador Antonio Anastasia continua intransigente. Paramos de comer para que o Anastasia se abra ao diálogo. Aos professores que ainda não entraram em greve digo: a luta não pode ser isolada. Venham para a luta para sairmos vitoriosos. Aos pais pedimos compreensão. Temos responsabilidade com a educação pública. Faremos o melhor para que os estudantes não saiam prejudicados. Há pais que vieram nos visitar e queriam ficar aqui conosco em greve de fome, mas os exortamos a ajudar de outras formas. Participei de todas as greves em 32 anos como professora. O que mais me marca nessa greve é a intransigência do governador Anastasia.”

Abdon Geraldo Guimarães, 39 anos, também em greve de fome há três dias. Ele é técnico em educação há 9 anos. Pai de três filhas, duas das quais gêmeas de três meses. Ele diz: “Precisamos abrir negociação. Estamos com nossos salários cortados há 2 meses e já se vai para o 3º mês sem salário. As dificuldades para quem está na greve são enormes. Ao Anastasia peço respeito aos educadores. Atenda as nossas justas reivindicações. Aos professores que ainda não estão em greve digo: “Conscientizem-se da necessidade de reivindicar o piso salarial nacional, Lei Federal 11.738/08, hoje, R$1.187,00, mas em janeiro de 2012 passará para R$1.384,00. É hora de sermos solidários.” Aos estudantes e pais digo: “Estamos lutando não apenas por melhores salários, mas por educação pública de qualidade sob todos os aspectos. O mais marcante nessa greve é a garra de milhares de colegas educadoras/res que não arredarão o pé da luta até a conquista do piso salarial nacional.”

O professor Luciano Mendes de Faria Filho, em Carta aberta ao desembargador Roney Oliveira, disse: “Bastaria ver a Praça da Liberdade na sexta-feira (dia 16/09/2011, na noite da inauguração do Relógio da COPA: 1.000 dias para o início da COPA.). O "gás de pimenta" pode "ser fogo", como disse, em mensagem eletrônica uma professora que lá estava: "Para quem nunca inalou gás de pimenta, a sensação é a seguinte: um fogo na cara, um ódio no coração e muita tosse". Mesmo sem a cobertura da fumaça, foi lá que o Estado de Minas, por meio de seus agentes legalmente constituídos, nos deu uma péssima lição de cidadania. Penso, Senhor Desembargador, que o episódio da Praça da Liberdade, este sim, merecia uma rápida investigação e a punição exemplar daqueles que, atualizando o que há de pior em nossa história, violentaram não apenas os professores, mas todos nós, cidadãos deste país.”

Uma notícia animou a todos hoje. A Governo Federal, em 2012, repassará ao governo de Minas 1,115 bilhões de reais do FUNDEB[2]. Será que o governo Anastasia vai continuar dizendo que não tem dinheiro? O Governo Anastasia concedeu 102% de reajuste para a polícia militar. Um coronel ganhará E$38.000,00.
No final da tarde, foi feita uma reunião com dezenas de representantes de sindicatos, movimentos sociais do campo e da cidade e apoiadores. Várias ações concretas de reforço da greve estão sendo planejadas.
Enfim, quem luta educa. O governo Anastasia está dando uma lição de ignorância, de intransigência, com propagandas enganosas, ameaças e pedagogia do medo. Por outro lado, os professores, inclusive com greve de fome, estão dando uma aula magna para toda a sociedade. Feliz quem tiver ouvidos para ouvir!
Belo Horizonte, MG, Brasil, 21 de setembro de 2011
[1] Mestre em Exegese Bíblica, professor, frei e padre carmelita, professor de Teologia Bíblica, assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.brwww.gilvander.org.brwww.twitter.com/gilvanderluis